quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O HOMEM INVISÍVEL (The Invisible Man, 1933)

Após uma sequência de sucesso com o gênero horror no início da década de 1930 com Drácula (1931, de Tod Browning), Frankenstein (1931, de James Whale) e A Múmia (1932, de Karl Freund), a Universal lançou, em novembro de 1933, O Homem Invisível, adaptação para o cinema do romance homônimo de H. G. Wells, lançado em 1897.


Dirigido por James Whale (Frankenstein, de 1931, e A Noiva De Frankenstein, de 1935) e com Claude Rains (de O Fantasma da Ópera (1943), Casablanca, O Lobisomem e As Aventuras de Robin Hood, entre outros destaques) no papel principal, o filme conta a história de um cientista que trabalhou obsessivamente e sigilosamente tentando descobrir a fórmula da invisibilidade. Após aplicar em si mesmo, por um mês, injeções de um composto que ele mesmo desenvolvera, Jack Griffin (Rains) se torna invisível. Diante de uma mal-sucedida tentativa de passar por um período de isolamento em um vilarejo para tentar descobrir um antídoto para a invisibilidade, ele busca seu amigo - também cientista - Arthur Kemp (William Harrigan) para propor-lhe uma parceria criminosa, visando poder e dinheiro. Além de tê-lo tornado invísivel, a fómula também o deixara insano, tornando-o um homem sem escrúpulos, disposto a matar aqueles que cruzassem seu caminho para conquistar seus objetivos. 


Com o papel de protagonista, Claude Rains conseguiu algo que poucos conseguiram: tornar-se referência em uma obra na qual seu rosto não aparece (spoilers evitados ao extremo). Dividindo seus momentos em tela entre seu visual "múmia-vestida" (envolto em ataduras, usando óculos escuros e trajando calças, casaco e um chapéu) e seu "não-visual" (apenas narrando as cenas nas quais está invisível), Rains faz um trabalho primoroso, deixando sua voz (com sotaque cockney, eu diria, mas não me arrisco a afirmar) como uma das características mais marcantes desse longa. 


Outros três responsáveis diretos pelo sucesso do filme são John P. Futton, John J. Mescall e Frank D. Williams, os artistas que criaram os efeitos especiais. Dadas as condições técnicas da época da produção da película, tempo no qual computadores eram considerados tão ficção científica quanto a história de um homem que se torna invisível, o que aparecia (ou não) na tela dependia da habilidade dessas pessoas em técnicas como cortes, recortes, sobreposição de imagens, manipulação de substâncias químicas, uso de cabos para suspensão e, acima de tudo, muita criatividade. Mesmo perto de completar oitenta anos de seu lançamento, O Homem Invisível ainda convence na maior parte dos efeitos utilizados, que o tornaram obra de referência nesse aspecto da produção cinematográfica. 

A música ficou a cargo de Heinz Roemheld (responsável, entre outros, pela trilha sonora da cena que retrata o incêndio na cidade de Atlanta em E O Vento Levou), que criou temas adequados à cada momento da trama. Os efeitos sonoros também foram muito bem montados, principalmente nas cenas mais cômicas, contribuindo para sua eficiência.



Assim como se tornaria praxe nas décadas de 30 a 50, e com algumas ocorrências perdurando nos dias de hoje, um filme de terror de sucesso geraria (às vezes muitas) sequências. Isso ocorreu com Drácula, Frankenstein, O Lobisomem, O Monstro da Lagoa Negra e tantos outros, com Sexta-Feira 13, Halloween e Jogos Mortais sendo alguns dos exemplos mais recentes. O Homem Invisível teve quatro sequências, não baseadas diretamente em Jack Griffin, mas todas construídas ao redor do conceito de invisibilidade: The Invisible Man Returns (1940), The Invisible Woman (1940), Invisible Agent (1942) e The Invisible Man's Revenge (1944), todas lançadas pela Universal. 


Com elementos diversos como suspense, assassinato, ficção científica, perseguição, romance e uma boa dose de humor (com destaque para Una O'Connor no papel da Sra. Hill, a dona da pensão na qual Jack Griffin tenta se recolher da sociedade), O Homem Invisível é garantia de ótima diversão.

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